domingo, 1 de setembro de 2013


Livro: Gume de Gueixa
Autor: Jandira Zanchi

Gênero: Poesia

Número de Páginas: 100

Formato: 15x20

Preço: R$ 30,00 + frete 







Favorita




O mistério não cede
ele sobe desce.


As três flores da geração passada
Curvaram o boreal de divergências.
Público e privado – quantas vertentes
vértices vacâncias exprimiu teus lábios.

Independência – morte
sugerida em 120 flexões.

Enquanto cursava discursava
a ponte desligou o último beijo
- nos prepararam cem mil milhas
de vidas mal vividas.

Noite e calor – quem parte ?
O que vence se distraiu , o
espelho turvo eram as águas
do rio dourado e sujo –
brincalhão.


O Barco passava ao largo
- ajuste de contas –
te devo alguns cem mil réis,
me deves uma esperança
redonda e não jocosa.

 Estou na porta aberta
rumo ruminante
ao futuro branco
esfarelado de reticências
pós vontades

que humano tolo
não interroga a estrela
mas tenta devorar
a entranha do outro.

Não falo mais verdades
as palavras enrubescem
frente ao fronte.


Fulmino esse momento branco
As cores coradas da manhã de Sábado

Desconheci o amplamente reconhecido
 Seguro por hoje o novecentos.
Se parto? Quedo-me em teus braços.
Espero por teus olhos que engoliram
dos meus a corrente que enfurecia
essas entranhas de medusa
e Madona aborrecida.

Ah, os compassos e seus componentes,
quem eram e pôr que vieram?
Nunca soube imprimir a
expressão balbuciada do outro.

Me diziam que era um aparte
apostei na briga
esvaziei a intriga.

A branca montanha que se nos oferecem
distancia abaixo o desvio das faces.

Não percebi porque foi sem muito entender
que vesti a túnica creme cor de amarelo
se me basto...
ignoro a tal corrente
me deram a folha e seu perfume
namoro essa macia visão na água.

Estúpida estúpido espetáculo
sombras na noite vieram despedir
acenei-lhes com o envelope branco,
dentro a alforria e vinte e sete
pares de ímpares.


Saí pela manhã, era o 1º
dia da liberdade,
os códigos estavam mornos
se já sabes e inventas
sela o selo do silêncio

No 1º dia na 1ª missa
conjunto de hóstias na cabeça
a cabaça vazia e feita
- vi as malas que partiam para
um rumo desconhecido e certo –


Tão quente e favorita
a menina guardou na
caixinha de madrepérola
suas joias turcas
azuis e ametistas

luz e dia sombra alta
a terra arde e ama
o Sol de seu príncipe
segue-se um terço
e partes.


- e recomeça-se na quinta hora
quando definir-se a margem –
te veremos com três lances
de cores e momentos
és fria e fácil e farta
fulmina-te no fado fascinante
de tuas últimas facetas
agrimensora de noite e circoé teu e vela-o
os frutos, que nascem em grupos,
terão seus pés amarelos
azul anil e açucarado

te reúnas, por 5 ou 6 vezes,
com sábios e alfarrábios
satisfazes esse silêncio
de sonatas e sonetos.


Gume de Gueixa 

 

 

Sou uma única mulher
quando a trombeta anuncia
um inverno sem tropeços.

Os legionários da palavra
espiam sua falta de dados
como me fiz por nenhum motivo
conheço o luxo de ser nua e insofismável
inquestionável é a questão e o próximo dia.
Também invoco nas santas armações
da luta contínua por porto algum
as desculpas estilhaçadas em farpas
dos ausentes cansados em dentes de ogro.

Mas me canso descanso de meu fel.
Ardia na boca do estômago a fúria da pretensão
– esqueci-a retaliada no sofá branco e bagunçado –
deve haver algo melhor do que essa faca
gume de gueixa
a ponta de prata que rebola a qualquer ultraje
para dentro através da margem.

e porém... como dizia tenho azia
dor de baço e um cansaço...
aí retomei a pena e o pó dos livros
a lide das pernas e a busca do pão
pensei no amor como um condimento vespertino
dos enfeites adiei o aprumo e por três ou quatro
minutos dos restantes sorri e adormeci
ali ao pé do carvalho planto, morena,
serena e de orvalho em pé e sombra
afogada e deslumbrada
– o nome daquele é o mesmo deste?
Estes os problemas e sua função.


Aspirinas

Me levem em
surdina e sem gritos
o leito perfumado
de aspirinas


Anunciação



O sonho e suas sete partes de dúvidas
as esperanças e suas intoleráveis
vertentes de lixo e dor

maresia maré morena
a agonia esquecida
que fatos eram aqueles
que remavam e vexavam
o desanuviar certeiro
do esplendor?

Joguei-os em meio aos cadernos
mal elaborados
maltrapilhos ensanguentados
nu e decidido o poente da terra
a anunciação do demover solícito
- era plano e mácula
e nada me dizia a respeito
do que forma e se conforma.


era oriente na face oeste da lua –
divisei o pranto e o exílio
e fui-me vencida
em meio ao luxo da vitória.





Quem sou eu

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Sou poeta, ficcionista e educadora.